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30 anos de estrada

Escrito por admin -

Poucas publicações no país conseguiram ter tanta longevidade: o segredo do sucesso da Revista Pellegrino está em trazer conteúdos sempre atuais e de interesse do público leitor.

Há 30 anos, a distribuidora Pellegrino já tinha clara a importância de ter um veículo de comunicação como ferramenta de relacionamento com seus clientes – tanto que criou o boletim Pellegrino, publicação que precedeu a atual revista. Passada uma década, observou que o público demandava muito mais – as novidades no varejo corriam soltas, e, abstraídos na correria do dia a dia, nem sempre os varejistas tinham tempo para se atualizar. A Pellegrino buscou, então, uma empresa de comunicação para ajudar nessa empreitada, e, em agosto de 2003, o boletim foi substituído pela Revista Pellegrino, publicação com 32 páginas e seções que, à época, traziam desde dicas de gestão e comportamento até receitas “de família” e ações de responsabilidade social. “Era um desafio após o outro, na tentativa de levar conteúdos nem sempre comuns a publicações do gênero”, recorda o jornalista Paulo Oliveira, editor-chefe da Revista Pellegrino durante 20 anos.

O foco da revista era o cliente, mas, na opinião de Paulo, um cliente ainda não inteiramente compreendido e em vias de dar um grande salto em direção à modernidade. “Assumimos a produção da revista com a missão de ajudar o leitor a conquistar um novo patamar profissional, levando a ele novas soluções para a administração do negócio, e, ao mesmo tempo, alertá-lo para não menosprezar medidas que, apesar de antigas, sempre deram certo, como o planejamento estratégico. Outra mudança foi, sempre que possível, recorrer a uma linguagem simples e bem-humorada.” O maior desafio, segundo ele, foi conquistar a confiança dos leitores, cuja maioria não estava acostumada com uma revista que, em vez de apenas aplaudir, também criticava, apontando novas soluções do mercado ainda não plenamente compreendidas e aceitas.Manter o ineditismo – e a qualidade

– demandaram bastante energia, recorda o editor, pois, com o passar do tempo, é natural que se recorra com frequência a determinadas fontes (professores, autores de livros, lideranças empresariais, institutos ligados ao varejo, etc.), correndo-se o risco de mostrar apenas um lado da coisa. “É uma constante luta em busca de pautas que sinalizem tendências e tragam uma luz para questões complexas. Isso significa correr o tempo todo atrás de novas fontes e instituições.” Boas pautas é que não faltaram ao longo dessas duas décadas, e destacar a mais marcante é também um desafio. Mas Paulo recorda da capa da edição nº 75, de junho de 2005, que estampou um título no qual muitos lojistas ainda não botavam muita fé, ao menos neste ramo de atividade: “O cliente quer butique e cada vez mais quer ver tudo impecável”. Entre os varejistas que concordavam e aqueles que discordavam frontalmente, um cliente da Pellegrino resolveu apostar e refazer todo o layout de seu estabelecimento, copiando cada detalhe do que fora publicado. O resultado (muito positivo) dessa experiência foi publicado 12 edições adiante. Leveza nos traços Para atender à encomenda do novo formato da revista – mais leveza e bom-humor na abordagem dos temas –, entrou em cena o cartunista Moacir Knorr Gutterres, o Moa, que, além de ilustrar inúmeras capas e as respectivas matérias, criou tirinhas que tinham como tema principal o cotidiano dos balconistas. “Era o humor em torno de coisas humanas, de sentimentos universais, de um colega ‘zoando’ o outro e tendo como cenário as lojas de autopeças”, recorda. Para Moa, ilustrar a revista foi um grande aprendizado que teve, claro, seus desafios. “O mais difícil, sempre, é a capa que fala de perspectivas para o próximo ano, e a inspiração vem do desespero com o prazo. Como dizia Henfil, a criatividade é como um cachorro preto, um doberman correndo atrás de ti”, diverte-se.

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