Domine a arte da comunicação digital
Escrito por admin -
Conhecer os diferentes públicos permite atender de forma personalizada e assertiva a todas as gerações de clientes.
Foi-se o tempo em que as pessoas tentavam resolver todos os problemas por telefone.
Hoje, agilidade e praticidade são mandatórias, e quem não entendeu que a transformação digital é um caminho sem volta está perdendo uma boa oportunidade de se aproximar dos clientes. Basta um clique para começar a experiência de compra ou o atendimento, e os primeiros segundos são decisivos para o consumidor decidir se vale a pena ficar ali ou pular para a página do concorrente.
As empresas que já sacaram a necessidade dessa conexão com o consumidor se apropriam de tecnologias, como a inteligência artificial e outras ferramentas de comunicação em meios digitais, tais como redes sociais, aplicativos de conversação, chat on-line, etc. É possível atender individualmente em cada um desses canais, mas os especialistas em marketing não recomendam. Primeiro, porque o risco de se atrapalhar e deixar alguém de lado é grande. Segundo, porque, se o consumidor optar pela conversa no WhatsApp num dia e no Instagram no outro, provavelmente terá de repetir os seus dados e a sua história inúmeras vezes –ninguém tem mais paciência com isso. Aí, já sabe:
quando o cliente está satisfeito, tende a voltar e promove gratuitamente a marca, mas o contrário é real e implacável. Um pequeno deslize é o suficiente para quem se sentiu prejudicado “queimar o filme” do outro – algo muito rápido e difícil de reverter, mesmo quando injusto.
Inteligência artificial
Velocidade e eficiência são especialidades dos chatbots, softwares que se comunicam e interagem com usuários humanos por meio de mensagens automatizadas. Eles recebem, classificam e, em muitos casos, até solucionam as demandas, gerando economia e valoração das marcas para as empresas. Além disso, ao se livrar de tarefas mecânicas, os funcionários ganham tempo para passar por qualificações e, de meros vendedores, tornarem-se consultores, o que garante intervenções mais estratégicas e coloca a empresa em outro patamar. Isso porque, apesar do avanço da inteligência artificial, em muitos casos a solução do problema depende de um profissional.
Um embate é que as máquinas trabalham 24 horas, sete dias por semana, mas os humanos que estão na outra ponta não, o que pode irritar consumidores imediatistas nos momentos em que não há ninguém para atendê-los. Para Hugo Santos, consultor de negócios, palestrante e autor do livro “O poder da conveniência no atendimento omnichannel”, é essencial não os deixar no vácuo. “O chatbot pode informar a esses consumidores, nos fins de semana ou fora de hora, que a demanda está anotada e o retorno acontecerá assim que o expediente for retomado.”
Esteja onde o cliente quer
Algo que caiu no gosto do povo é mandar um WhatsApp – por aqui, então, nem se fala. Segundo a Meta, empresa controladora do aplicativo, 197 milhões de pessoas no país usam a ferramenta regularmente, o que representa 99% dos brasileiros on-line. Para se ter ideia do potencial do dispositivo, 80% dos brasileiros afirmam que as mensagens são a forma preferida de se comunicar com uma empresa, 81% acham que é mais fácil do que lidar com um site e 79% se sentem frustrados quando uma instituição não possui o app de mensagens como opção de contato.
A Ri Happy, por exemplo, oferece uma consultoria de brinquedos gratuita pelo WhatsApp. O cliente só precisa indicar o seu endereço ao acessar o canal da empresa, e o chamado é direcionado à loja mais próxima. No varejo de autopeças, essa estratégia pode trazer excelentes resultados e até evitar a compra de componentes errados, desde que os vendedores estejam treinados para realizar esse atendimento.
Mas não basta papear ou vender pelo WhatsApp para levantar a bandeira da transformação digital, que precisa alinhar as experiências virtuais com as da loja física para criar um atendimento perfeito para o consumidor. “Seja qual for o canal de contato, deve ficar claro para o usuário que ele está falando com a mesma empresa com a qual se relaciona presencialmente, seja por meio do linguajar, seja por meio da espontaneidade e do tom da conversa”, alerta Hugo, lembrando que hoje em dia há, ao menos, 18 canais de comunicação (WhatsApp, Telegram, aplicativos, etc.), cada um com sua especificidade na jornada do cliente.
Omnichannel
“Omni”, em latim, significa tudo, enquanto “channel” vem do inglês e pode ser traduzido como canal.
A estratégia omnichannel consiste na integração de diferentes canais de vendas, combinados de forma a oferecer uma experiência positiva para o consumidor, tornando o processo de compra mais simples ao reduzir ruídos na comunicação. O atendente chega a ele ciente de sua jornada, com dados como o número de vezes em que a pessoa fez contato, histórico de vendas, motivação, encaminhamentos, economizando tempo e paciência de quem está do outro lado da tela.
O ideal é que o consumidor seja atendido pelo mesmo canal em que procurou a instituição e que todos os processos aconteçam por meio dele – de nada adianta começar uma conversa pelo Instagram e mandar o número do WhatsApp para dar continuidade, ou pedir que o cliente envie um e-mail para formalizar alguma solicitação. “Crie processos pautados nos 95% de clientes de boa índole que são fãs da sua marca, que estão a fim de comprar de você. Muitas empresas põem empecilhos com base nos 5% de mal-intencionados.”
A estratégia omnichannel é mais eficaz quando vira cultura da empresa e envolve diversas áreas, do comercial à tecnologia de informação e marketing, e engana-se quem acha que só serve para grandes corporações. Nas menores, Hugo sugere que se eleja um funcionário para cuidar da área, por exemplo, aquele que passa mais tempo em frente ao computador, que ficará responsável pela distribuição das demandas.
Quem é o consumidor 4.0?
O omnichannel surgiu como resposta às necessidades dos consumidores 4.0, que levam em conta toda a experiência de contato com a empresa, e não apenas produto e preço. Uma das características mais marcantes desses clientes é o amplo acesso à tecnologia – tanto que são chamados de hiperconectados –, o imediatismo e o alto grau de exigência. Na maioria das vezes, possuem mais informações do que o próprio vendedor, afinal só vão à loja depois de pesquisar sobre o produto, assistir reviews e analisar os prós e contras na opinião de outros consumidores.
Mas não há o que temer, garante Hugo. “Eles querem velocidade e bom atendimento, e a melhor forma de fazer isso é lembrar que nós somos como eles. Procure atendê-los com empatia e busque, logo no início, entender o que necessitam.” Importante: o telefone ainda é considerado um excelente ponto de contato com o cliente. Inclusive, a regulamentação do Serviço de Atendimento do Consumidor estabelece como regra que o contato telefônico esteja disponível por 8 horas diárias e conte com atendimento humano.
SAIBA MAIS
HUGO SANTOS instagram.com/hugopalestrando/
(11) 97665-8298