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Pequenas medidas, grandes oportunidades

Escrito por admin -

Práticas sustentáveis pedem que as empresas sejam socialmente justas, ambientalmente responsáveis, além de viáveis financeiramente. O seu negócio está atento para essa agenda e pronto para transformá-la em realidade?

Ter uma empresa que atende a uma agenda de sustentabilidade pode até parecer algo complexo. Mas não é bem assim. O seu negócio, inclusive, já deve adotar boas práticas mesmo sem perceber. “Se você tem contratos justos com seus funcionários e fornecedores, por exemplo, já está implementando medidas sustentáveis na sua empresa”, explica a consultora em Sustentabilidade, Saúde e Educação Ana Celia Gonzalez.

Aliás, é importante falar sobre o conceito de sustentabilidade, que, apesar de estar muito ligado à questão do meio ambiente, é um pouco mais amplo, já que para uma organização ser considerada sustentável ela precisa atender a três pilares: ser socialmente justa, ambientalmente responsável e economicamente viável. “Embora exista uma divisão, é um tema transversal, pois, quando você mexe em um desses valores, acaba impactando os outros”, explica Gonzalez.

Agora, se você está pensando em abandonar essa matéria por- que esse assunto está muito fora da realidade da sua empresa, se atente para esses dados do Serviço

Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae): em 2021, os pequenos negócios foram responsáveis por 70% das novas vagas de trabalho e por 30% do pro- duto interno bruto (PIB) brasileiro, mostrando a importância social e econômica desse segmento para o desenvolvimento do país. “Eu sei que, quando falamos de ESG (veja box) e sustentabilidade, pequenos empresários ainda acreditam que é assunto para as grandes corporações. No entanto, esse é um tema do dia a dia de qualquer empresa. Algo que precisa ser discutido inclusive dentro das nossas casas”, esclarece Gonzalez.

Sem falar que os clientes já se mostram predispostos a em comprar de estabelecimentos que se preocu- pam em deixar uma marca positiva no mundo. “Os negócios precisam se adequar ao padrão de exigência do consumidor para sobreviver”, avalia a consultora.

O primeiro passo

A consultora acredita que os gestores, muitas vezes, não entram na discussão porque acham que adotar boas práticas pede grandes investimentos. Para Gonzalez, é fundamental que o empresário bus- que informação. “Tem muita gente dizendo não para o assunto antes mesmo de conhecê-lo. É um tema que está muito em alta, então, tem muita coisa à disposição para quem quer aprender sobre – livros, cursos, palestras, documentários”, conta.

Ultrapassado o primeiro obstáculo, a consultora aconselha olhar para dentro da própria empresa e destacar aquilo que já é uma boa prática. “Quando a pessoa se apropria de conhecimento, consegue olhar para o próprio negócio e ver o que ela já faz e o que ela ainda pode fazer. Sempre devagar, com calma, dentro das possibilidades e da realidade dela.”

Um comércio de autopeças ou uma oficina mecânica produz uma infinidade de resíduos. Graxas, solventes, sobra de tintas, baterias, pneus, óleo, embalagens plásticas,

peças, enfim, materiais que exigem uma separação e destinação ambiental correta. Nesse caso, se asso- ciar a uma cooperativa de catadores de lixo é uma solução interessante, pela questão tanto ambiental quanto social. “Além de estar dando o destino adequado para o seu lixo, você ainda está incluindo e gerando renda para famílias vulneráveis”, lembra Gonzalez.

Existem outras formas interessantes e simples de praticar a sustentabilidade tanto ambiental quanto social no seu negócio, como:

Incentivar a carona solidária;

Investir em um bicicletário;

Instalar torneiras automáticas nos banheiros;

Apostar na contratação de fun- cionários 50+;

Apoiar uma instituição escolhi- da pelos colaboradores.

Para Gonzalez, um dos segredos para implementar ações sustentáveis com sucesso em uma empresa é incluir os funcionários na discussão. “Todos devem se sentir parte dessa nova construção, opinar, sugerir. Quando não é uma coisa imposta, funciona muito melhor”, aconselha a consultora.

E, se o gestor não se sentir confiante o suficiente para iniciar o debate dentro da empresa, contratar uma consultoria externa para dar esse pontapé inicial pode ser uma boa solução. “Pequenos e médios empresários precisam ter consciência de que podem fazer total diferença como stakeholders, como cadeia produtiva e como cadeia de relacionamento com a grande empresa. Além disso, é, com certeza, um diferencial competitivo enorme”, diz a especialista em sustentabilidade.

Minimizando custos

Dados do Sebrae mostram que o gasto com energia pode ter um impacto significativo nos pequenos negócios, representando até 20% dos custos operacionais. Para ajudar a reduzir esses números, as em- presas podem considerar medidas como a instalação de equipamentos mais eficientes em termos energéticos, a implementação de práticas de conservação de energia, como desligar equipamentos quando não estiverem em uso, ou a obtenção de serviços de energia mais acessíveis e eficientes.

Para além da questão econômica, os pequenos negócios também já estão mais conscientes em relação às pautas ambientais. A pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios revelou, por exemplo, que o uso de energia solar já é realidade, sendo adotado por 14% dessas empresas. “A energia solar tem baixo impacto ambiental e pode gerar uma economia que varia de 50% a 95% na conta de luz”, diz Gonzalez. Existe, sim, um investimento inicial para a instalação das placas solares, que acaba sendo pago em longo prazo pelo dinheiro economizado com a redução de gastos.

Sustentabilidade e propósito

Discutir e implantar a sustentabilidade no local de trabalho, além de trazer benefícios para a sua em- presa, para o planeta e para a atual e as futuras gerações, proporciona bem-estar para quem se envolve verdadeiramente com a questão.

Afinal, hoje em dia, sabemos que, quando se trabalha com um propósito que vai ao encontro de valores e atitudes que farão diferença para a sociedade, a vida profissional e, consequentemente, a pessoal, o trabalho se torna mais gratificante e significativo. “Os pequenos e médios empresários, comerciantes e empreendedores, precisam participar desse movimento de mudança. Como cidadãos, eles têm que fazer a parte deles na construção do futuro do nosso planeta”, acredita Gonzalez. Qual marca você deseja deixar no mundo?

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