
Segurança em primeiro lugar
Escrito por admin -
A promoção da segurança no trabalho resguarda a saúde dos colaboradores e contribui para aumentar a produtividade e reduzir os custos, além de fortalecer a responsabilidade social das organizações.
Se em Hollywood, atores e atrizes – menos Tom Cruise – têm dubles para substituí-los em cenas perigosas, na vida real são as leis de segurança do trabalho que garantem a saúde de colaboradores nas empresas.
Mas será que na correria do dia a dia conseguimos perceber quais fatores podem prejudicar nosso bem-estar no ambiente de trabalho? E não estamos falando apenas de situações mais extremas, como o risco de um incêndio ou o manuseio de substâncias tóxicas, mas também daquela dor nas costas que insiste em incomodar.
As medidas de segurança do trabalho têm por objetivo minimizar acidentes, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade do colaborador. “É o direito que o trabalhador tem de atuar na sua melhor forma e voltar são e salvo para a sua casa e para a sua família”, simplifica Nivea Gallo, consultora em Gestão de Qualidade, Meio Ambiente e Segurança do Trabalho.
Atualmente, existem 38 Normas Regulamentadoras (NR), estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que visam implementar e promover as melhores práticas no ambiente de trabalho no país – isso inclui, por exemplo, um assento confortável que protege a região lombar do trabalhador. É papel da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST), órgão do MTE, fiscalizar, coordenar e controlar as atividades relacionadas com segurança e saúde ocupacional, sendo que qualquer empresa pode receber uma multa caso não esteja respeitando as NRs.
No entanto, o primeiro passo é sempre notificar as empresas. “Os fiscais do trabalho têm o papel de verificar se os estabelecimentos estão seguindo as normas. Mas a verdade é que falta gente nesses postos de trabalho”, entrega Nivea.
Dados do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) confirmam essa realidade:
45% dos cargos de auditor fiscal do trabalho estão desocupados.
Diante dessa situação, o ideal é que as empresas partam para uma autorregulação. Nivea explica que a questão da segurança e saúde do trabalhador (SST) tem que fazer parte da cultura do negócio.
“Cada atividade tem seus riscos e dificuldades, por isso, diariamente, é importante promover políticas, estabelecer processos, treinamentos, análise de riscos, enfim, é um trabalho de construção e as lideranças precisam estar atentas a tudo isso.”
Riscos na oficina
Importante lembrar que as NRs são grandes aliadas dos empresários e investir em SST traz inúmeros benefícios, como um ambiente mais seguro e harmônico para o trabalhador, maior produtividade, sem falar na redução de despesas com afastamento de funcionários, danos materiais e ações trabalhistas. Vale ressaltar ainda que, cada vez mais, os consumidores estão atentos às relações entre empregador e empregado.
Em uma oficina mecânica, os riscos para os colaboradores são inúmeros. Risco físico causado por ruído e por vibrações mecânicas, risco de manuseio de cargas pesadas, risco no uso de equipamentos e peças automotivas, risco elétrico e risco de exposição a produtos químicos. “O trabalhador da oficina precisa tomar muito cuidado com as mãos. Se a gente parar para pensar, elas estão em perigo o tempo todo”, alerta Nivea.
O melhor Equipamento de Proteção Individual (EPI) para as mãos é a luva, disponível em diversos modelos e materiais. Assim, se o trabalhador está exposto à eletricidade, por exemplo, a luva não pode ser condutiva. “Não adianta comprar um equipamento e não orientar seu empregado sobre a melhor forma de utilizá-lo. Às vezes, você paga caro, e o equipamento não está servindo para nada. O chefe tem que pegar no pé para o funcionário usar os EPIs sempre que necessário. Eu sei que é chato, mas é papel do gestor tornar isso um hábito dentro da empresa”, explica a consultora.
De acordo com Nivea, os EPIs são as últimas barreiras entre o trabalhador e o acidente e devem ser utilizados apenas quando outras medidas de segurança não funcionarem. “Primeiro a gente elimina fatores de risco, depois minimiza e controla esses fatores, com a adoção seja de medidas de proteção coletiva, seja de medidas administrativas ou de organização do trabalho, e, por fim, adota-se as medidas de proteção individual.”
Em caso de acidentes
Só em 2022, o Brasil registrou 612,9 mil notificações de acidentes de trabalho. “Precisamos alimentar o diálogo social para a formação de uma cultura de saúde e segurança no país”, alerta Nivea.
Felizmente, diversas medidas podem ser tomadas de acordo com o ramo de atuação e as necessidades da empresa. Entre elas estão: capacitações, treinamentos, adoção e revisão de procedimentos rotineiros, investimento em tecnologias para facilitação de processos e investimento em materiais de segurança.
Além disso, caso ainda existam dúvidas sobre como melhorar a segurança no trabalho, o estabelecimento pode recorrer a órgãos e empresas que cuidam do assunto e prestam consultorias para a seguridade do ambiente.
Nivea ainda explica que, mesmo se precavendo de todas as formas, as empresas precisam mapear possíveis cenários de emergência e, com base neles, estabelecer planos de ação. Se existe o risco de lesões causadas por instrumento de trabalho, por exemplo, o que será feito se um trabalhador de fato se machucar? “Acidentes acontecem.
O ser humano está sujeito a falhas.
Por isso, tudo precisa ser planejado com antecedência”, alerta a consultora, deixando bem claro que os riscos de acidentes diminuem consideravelmente quando a empresa é amiga de boas práticas.
A questão da ergonomia
O ideal é que a rotina de trabalho não gere nenhum impacto na saúde do funcionário, e isso inclui Lesões do Esforço Repetitivo (LER), dores nas costas e no pescoço e problemas de postura.
Quando falamos de ergonomia, trata-se simplesmente de ajustar o trabalhador à sua obrigação de trabalho sem que ele sofra com ela. Por exemplo, se o profissional precisa passar oito horas por dia em mesas de computador, de frente para um monitor e sentado, a ideia é minimizar ao máximo qualquer consequência que esse cenário possa gerar à saúde dele.
“Qualquer ambiente de trabalho pode trazer riscos para a saúde do trabalhador”, diz a consultora. “Em uma loja, por exemplo, a pessoa fica em pé o dia inteiro, precisa pegar peças – às vezes pesadas – em prateleiras, subir escadas, organizar produtos ou levá-los até o carro do cliente. Pensar em questões práticas de logística faz parte da segurança no trabalho.”
A consultora aconselha valorizar e investir nos colaboradores, adotando pausas durante o expediente, escolhendo a iluminação adequada, estimulando a prática de exercícios físicos, optando por cadeiras com assento ajustável, instalando mesas e balcões posicionados na altura da cintura dos profissionais.
“Um ambiente de trabalho ideal deve ser voltado para as pessoas. Ele é fator-chave para a produtividade da equipe”, finaliza.
SAIBA MAIS
NIVEA GALLO mettabrasilconsultoria.com.br [email protected] (11) 99443-5521