O futuro é agora!
Escrito por admin -
Em um mercado globalizado e dinâmico, investir em inovação e tecnologia é fundamental para que as pequenas empresas se tornem mais competitivas e sustentáveis. De olho nos insights do festival HackTown 2023, que discutiu o futuro do negócio brasileiro, convidamos especialistas para falar sobre como essas tendências podem ajudar na longevidade da sua empresa.
Desde sempre, os humanos tentam prever o futuro. Os chineses tinham o I Ching.
Os oráculos gregos preferiam procurar respostas nas entranhas de animais. Quem nunca ficou impressionado com as profecias de Nostradamus?
Saindo do plano místico, temos, atualmente, as chamadas agências de tendência. A mais famosa delas, a WGSN, contextualiza pesquisas globais, dados e conhecimento aprofundado sobre a indústria para oferecer previsões e análises estratégicas para o desenvolvimento, planejamento e comercialização de produtos.
Por aqui, tivemos em agosto de 2023, na cidade de Santa Rita do Sapucaí (MG), o festival HackTown, com a proposta de construir debates e diálogos sobre o futuro dos negócios brasileiros por meio de palestras, meetups, workshops e showcases, experiências imersivas e exposições. Foram discutidos temas como inteligência artificial, meio ambiente, economia criativa, robótica, saúde mental, análise de dados, ciência, marketing e entretenimento.
Entender como as tendências do futuro afetam profundamente os negócios deve estar no radar de qualquer empresário. Para Samantha Mazzero, professora da FIA Business School, em geral, pequenas empresas têm consciência da importância de pensar sobre o futuro do empreendimento, porém nem todas têm recursos, financeiros, ou mesmo humanos, para investir em um planejamento de forma estratégica.
“Em diversas situações, o pequeno empresário se limita a agir ou a reagir de forma mais focada em lidar com demandas imediatas e de curto prazo. É um paradigma que precisa ser superado para o desenvolvimento e crescimento coordenado e sustentado do negócio”, explica.
Embora temas como diversidade, sustentabilidade, ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança), inteligência artificial, internet das coisas, 5G e saúde mental estejam em destaque nas grandes mídias, empresas menores tendem a acreditar que são pautas mais relevantes para as grandes corporações. “No entanto, há um crescente reconhecimento de que esses aspectos também são importantes para a cultura e o crescimento das pequenas empresas, que têm se organizado melhor com seus recursos, ainda que mais limitados, para implementar em suas atividades cotidianas”, diz Samantha.
Quando o assunto é tecnologia, a professora da FIA acredita que pequenas empresas podem e devem se preparar para mudanças investindo em educação e atualização constante. “Isso inclui entender as tendências do setor em que atua, adotar ferramentas digitais que possam otimizar processos e estar aberto a parcerias ou colaborações que ajudem na adaptação a novas tecnologias”, avalia.
Para a professora, pequenas e médias empresas têm potencial para entregar soluções inovadoras e, inclusive, ditar tendências no mercado. Mas como se colocar à frente? Em primeiro lugar, mantendo uma mentalidade aberta à experimentação. “A capacidade de identificar lacunas e oferecer soluções exclusivas pode permitir que pequenas empresas se destaquem e influenciem o mercado. De modo geral, elas têm potencial para se adaptar e inovar, desde que invistam em planejamento estratégico, estejam atentas às tendências e sejam ágeis na resposta às mudanças nos cenários”, ensina.
Já que “pensar fora da caixa” é preciso, discutimos com três especialistas alguns insights do HackTown 2023 que podem ser interessantes para o seu negócio.
Mazzero: “Qualquer empresa tem potencial para inovar, desde que invista em planejamento, esteja atenta às mudanças e seja ágil nas respostas”
Assis: “É preciso que cada negócio entenda em que ponto a tecnologia
pode funcionar como uma facilitadora de processos”
Inteligência artificial e 6G
Não se pode falar sobre o futuro e deixar de lado as inovações tecnológicas. Durante o HackTown 2023, tópicos bastante discutidos foram inteligência artificial (IA) e telecomunicações (já mirando o 6G).
A IA envolve inúmeras questões complexas, relacionadas à ética, necessidade de regulamentação e deep fake, mas não se pode negar o seu notável potencial para transformar a sociedade e os negócios no Brasil. O tema telecomunicações também foi amplamente discutido em diversos painéis, abordando os principais desafios enfrentados pelo 5G e como o 6G liderará a resolução desses problemas.
Aproveitamos para bater um papo com Elói Assis, diretor-executivo de Varejo e Distribuição da TOTVS, sobre tecnologia, focando principalmente a realidade das pequenas empresas brasileiras. De acordo com ele, ainda existe no meio empresarial dúvidas sobre como usar a tecnologia para ajudar nos desafios de crescimento de vendas e na melhoria da lucratividade e, adicionalmente, insegurança quanto aos investimentos. “Muitos ainda acreditam que para adquirir tecnologia terão que investir muito capital, quando na verdade há diferentes modelos de comercialização, inclusive por assinatura”, explica, lembrando que, atualmente, o número de soluções disponíveis se adequa aos mais variados perfis e modelos de negócios, a fim de incrementar a atuação e apoiar os pequenos empresários a inovarem cada vez mais.
É preciso, porém, que cada negócio entenda em que ponto a tecnologia pode funcionar como uma facilitadora de processos.
E mesmo tópicos que parecem distantes, como 6G e IA, irão, em longo prazo, potencializar os resultados das organizações. “A inteligência artificial, por exemplo, pode ser aplicada a uma série de processos que envolvem análise de informações, funcionando como apoio para a tomada de decisões, obtenção de insights, previsões e alertas sobre as tendências de negócio. Aqui, o céu é o limite, e novas possibilidades estão sendo descobertas todos os dias”, conta.
Sustentabilidade e meio ambiente
É claro que questões como sustentabilidade e meio ambiente estiveram em alta durante o evento. Não é mais novidade que a adoção de práticas ESG oferece uma série de vantagens para as empresas, reduzindo custos, fidelizando clientes e melhorando a imagem diante os compradores.
José Guilherme Azevedo, sócio da ESG Soluções, um hub de conhecimento e soluções práticas em ESG para pequenas e médias empresas, afirma que os empresários estão atentos à temática, mesmo que ainda não utilizem esse nome no dia a dia do negócio. Afinal, princípios básicos, como respeito ao meio ambiente e aos direitos trabalhistas, destinação correta de resíduos, uso de energia sustentável, responsabilidade fiscal, entre outros, já fazem parte das diretrizes dessas empresas, que mesmo pequenas causam impacto na sociedade.
É bom lembrar que os consumidores também observam essa movimentação. Diversas pesquisas dizem que as pessoas estão cada vez mais preocupadas em saber de onde vem o que consomem, transformando a sustentabilidade em um critério de compra. “Os consumidores têm muitas fontes de informação, e as empresas que tiverem ações mais responsáveis e transparentes irão se destacar”, orienta o também sócio da ESG Soluções João Paulo Altenfelder. “É um processo de seleção natural, e, nesta luta pela sobrevivência das pequenas e médias empresas, a incorporação do ESG ao modelo de negócio tem de ser vista como uma forma de evolução em qualquer mercado”, completa.
Nesse cenário, é possível afirmar que as práticas ESG, cada vez mais, serão um diferencial competitivo para as empresas. “Estamos vivenciando o aumento populacional, com concentração em grandes e médios centros urbanos, a escassez ou o encarecimento de matérias-primas, a pressão de setores da sociedade civil por determinadas causas, tudo isso influencia cadeias produtivas de empresas de qualquer porte ou setor de negócio”, diz Azevedo.
Diversidade e inclusão
A especialista em diversidade e inclusão Daniele Avelino acredita que enquanto alguns empresários reconhecem a importância da diversidade, outros ainda não estão conscientes dos benefícios de um ambiente organizacional plural.
Durante o HackTown, a questão da diversidade foi discutida sob diversos olhares, entre eles o protagonismo feminino, o envelhecimento da população e a ausência de acessibilidade. Com foco nas empresas, a previsão é de mais produtividade e criatividade em locais de trabalho com colaboradores diversos – lembrando que a diversidade e a inclusão não se limitam a questões de gênero e raça. É preciso considerar também a pluralidade de habilidades, experiências e perspectivas, e garantir que todas as pessoas tenham as
mesmas oportunidades de opinião, crescimento e desenvolvimento.
Outras vantagens da diversidade nas empresas, de acordo com Daniele, são: atratividade de talentos, funcionários mais satisfeitos e com sentimento de pertencimento, maior capacidade de compreensão do mercado, além de uma marca mais bem aceita entre os consumidores.
“Clientes veem positivamente empresas com equipes diversas, reconhecendo a representatividade e a inovação associadas a elas. A autenticidade nesse compromisso é essencial para construir a confiança e a preferência do consumidor”, diz Daniele, que completa: “Podemos dizer que um ambiente inclusivo não apenas promove a equidade, mas também pode ser um fator-chave para o sucesso e a sustentabilidade em longo prazo de uma pequena empresa”.
Isso significa que a diversidade pode, sim, ser considerada como o futuro do trabalho. “A inclusão de perspectivas variadas promove a inovação e a adaptabilidade e reflete as expectativas crescentes da sociedade em relação à equidade e representatividade, que é o cenário que a gente vive e busca atualmente no mundo do trabalho”, finaliza.
SAIBA MAIS
SAMANTHA MAZZERO – FIA BUSINESS SCHOOL fia.com.br
ELÓI ASSIS – TOTVS totvs.com
0800 70 98 100
ESG SOLUÇÕES esgsolucoes.com br.linkedin.com/in/esgsoluçõesambientais
DANIELE AVELINO danieleavelino.com youtube.com/@danieleavelino