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FORTALEÇA SUA MARCA

Escrito por admin -

Marca forte não significa ser popular entre um número grande de pessoas nem ter a identidade visual reconhecida em qualquer lugar do mundo. Marca forte é aquela que cria conexões verdadeiras com os seus consumidores.

Quando falamos em marca, logo pensamos em grandes empresas e seus lucros milionários, com logos reconhecidos mundialmente, como a Nike, o McDonalds, a Apple, a Amazon, a Volkswagen. E se dissermos que a sua marca também pode ser forte – ou até mesmo que já é. “Hoje em dia, consideramos marca como um processo de construção de relacionamento – e a intensidade do relacionamento não está ligada apenas ao número de pessoas com quem você se conecta, e sim ao impacto que você causa na vida delas”, explica Marcos Bedendo, professor de Branding da Escola Superior de Propaganda e

Marketing (ESPM). Para ficar um pouco mais claro, o especialista explica: “A gente acha a Coca-Cola uma supermarca, mas, na verdade, a Coca-Cola é uma latinha que fica em uma padaria, e podemos dizer que, diariamente, você se relaciona muito mais com aquela padaria do que com a Coca-Cola. Dentro dessa lógica, não existe diferença entre o valor criado por uma grande ou uma pequena empresa. A diferença está no volume; porém, em termos de intensidade, as pequenas empresas levam vantagem sobre as grandes.” Para a analista do Sebrae-MG, Alessandra Simões, marcas fortes são aquelas capazes de comunicar aos clientes seus valores e diferenciais – e, atualmente, o impacto que causam na comunidade onde estão localizadas também conta muito. “Estamos falando aqui tanto  de responsabilidade social quanto  de conhecer e atender bem em sua  área de atuação”, esclarece.

Uma dica de Alessandra é, de  tempos em tempos, entender como  está a percepção do cliente sobre o  seu negócio. Pode ser em conversas  informais no dia a dia ou até mesmo  mandar uma pesquisa pelo Google  Forms. “Com esses resultados em  mãos, o que você planejar vai fazer  sentido para o seu consumidor, além  de melhorar a experiência dele com  o seu negócio”, avalia a analista,  completando: “valor que não é per­cebido pelo cliente é apenas custo”.

Gestão de marca

Muito usado atualmente, o ter­mo branding se refere a todas as  ações necessárias para a constru­ção, posicionamento e identidade  de uma marca – que é formada por  valores e propósitos, além de uma  série de aspectos relacionados ao  negócio, como logotipo e cores.

Rick Garcia, sócio-diretor da Ma­verick, agência de comunicação e  marketing, explica que, ao contrário  do que muita gente pensa, o bran­ding envolve todas as áreas da em­presa – e não apenas o marketing,  como era de se esperar. “Se eu faço  treinamento constante com meus  colaboradores, isso com certeza  vai refletir na imagem que eu estou  passando do empreendimento. A  marca tem a ver também com todas  as questões intangíveis que estão  interligadas ao negócio”, conta.

Garcia cita alguns exemplos de  branding de sucesso. A cadeia de  restaurantes Outback, que recep­ciona o cliente com o pãozinho aus­traliano acompanhado de manteiga aerada suprindo a maior necessi­dade do freguês naquele momen­to, a fome. O célebre “tudum” da  Netflix, que faz com que a marca  seja reconhecida por meio de um  recurso sonoro e virou até nome  do evento da empresa. O cheiro  das sandálias Melissa, que perma­nece nas lembranças sentimental  e olfativa das suas consumidoras. “Podemos dizer que tudo isso é  construção de marca”, justifica.

Para Bedendo, o principal para  construir uma marca não é fazer  publicidade. “Criar marca é criar  relacionamento, é passar as men­sagens corretas do que você é e  do que você faz. Acredito que, se  você entender o seu negócio e o seu  público, a criação da marca vai se  organizando naturalmente.”

Saber quais são suas aspirações  também ajuda a fortalecer e até a  expandir uma marca. “De repente,  você tem o sonho de levar a sua  empresa para outros bairros, outras  cidades, outros estados. Então, é  importante você pensar no nome certo para concretizar esse cresci­mento. Um nome muito local acaba  te limitando”, sugere Alessandra.

A especialização em um deter­minado nicho de mercado também  ajuda a ganhar relevância e reco­nhecimento. “Oferecer produtos e  serviços segmentados, como um  comércio de autopeças especia­lizado em carros importados ou  em caminhões e vans, é promover  vínculos com compradores mais exi­gentes”, orienta o professor da ESPM.

Garcia diz, inclusive, que uma marca  bem-posicionada tem a vantagem  de oferecer uma experiência mais  exclusiva para o consumidor, que  não se importa de pagar mais para  ter um atendimento diferenciado.

Um novo visual

Os especialistas são unanimes  em afirmar que uma marca forte  não depende de um logo refina­do ou de uma identidade visual  super elaborada criada por uma  agência de marketing e com um  alto investimento financeiro. “Você  não precisa ser grande para ser  grandioso”, diz Garcia.

Mas para quem deseja ter uma  identidade visual exclusiva (com  slogan, cores, tipografia, embala­gens e outras peças de divulgação)  é muito importante saber o que a  empresa deseja transmitir para os  seus consumidores. “Eu sempre  recomendo ir a campo, falar com o  seu público, entender o que ele pen­sa e o que você quer comunicar por  meio dos seus elementos gráficos. Sem essa parte estratégica, você até  cria um logo, mas ele acaba ficando raso”, diz Garcia.

Quando falamos de construção  de marcas, as cores são ferramentas que sempre vêm à nossa mente. O  vermelho da Coca-Cola, o roxo do  Nubank, o azul da Tiffany. As cores  influenciam na percepção dos con­sumidores e na decisão de compra.

Ter uma boa gestão das redes  sociais também colabora para o  fortalecimento da marca, gera leads  e mantém a empresa em contato direto com os clientes. “As mídias  sociais ajudam a criar vínculos com os compradores, mas você tem que se expor de um jeito que faça  sentido para você. Quem não tem  uma presença forte no Instagram,  por exemplo, tem que focar no  WhatsApp”, recomenda Bedendo.

Alessandra ainda deixa um alerta para todos os empreendedores:  registrem o nome da sua empresa. “É uma coisa básica, mas que muita  gente deixa de fazer. Mesmo que o registro não seja obrigatório, é fun­damental que ele seja solicitado o mais rápido possível”, explica.

Sem ele, outra empresa pode  registrar o seu nome, impossibili­tando o seu negócio de utilizar a  própria marca. “Significa que você  vai ter que batizar novamente a  empresa e refazer site, materiais de  divulgação, fachada, uniforme dos  funcionários e até redes sociais”,  diz a analista do Sebrae. O prejuízo  financeiro pode ser grande, além da  possibilidade de ser acusado de co­meter algum tipo de infração e do  risco de perder os próprios clientes  se a nova detentora da marca for  do mesmo segmento de mercado. 

ESPM – ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING – espm.br

SEBRAE – sebrae.com.br

MAVERICK 360 – agenciamaverick.com.br

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